E
aí, fãs do New England Patriots!!! Saudações da equipe do Boston Sports Brasil.
Uma
BOMBA caiu no colo dos torcedores dos Patriots no dia 31/10/2016 e não foi uma
brincadeira de Halloween. O LB JAMIE COLLINS FOI TROCADO PARA O CLEVELAND
BROWNS!
Sim,
foi isso mesmo. Eu participo de alguns grupos de whatsapp sobre Patriots,
Boston teams e afins e o mínimo que ouvi foi: “O Belichick enlouqueceu...”; “Aquele velho caduco surtou...”; “Que
nada, isso é mentira...”
Pois
sim, foi verdade e vamos tentar explicar. Vocês tem todo o direito de
discordar, afinal eu passei um par de horas tentando digerir a notícia e
entender o que estava acontecendo.
A
primeira coisa que consegui racionalizar foi: Nós temos uma organização baseada
num sistema que funciona com sucesso faz mais de 15 anos. A “Era
Brady-Belichik” se impôs numa liga competitiva e que possui regras que visam o
equilíbrio entre os times, tais como um “draft” (que privilegia os piores
classificados na temporada regular) e o “salary cap” (teto salarial imposto à
todas as franquias). Mas o que isso tem a ver com Jamie Collins? Calma, tenha
paciência e leia meus argumentos.
Os
Patriots tem uma estrutura diferente das outras franquias. O cargo de
GM-“General Manager” (Diretor-Geral) e HC-“Head Coach” (Técnico principal) são
acumulados por uma única pessoa, no caso Bill Belichick. E ele possui uma
filosofia imposta que não dá “overpaid” (salários astronômicos) à NENHUM
jogador. Isso fez com que o time possuísse sempre um equilíbrio, e permitiu que
com o passar do tempo, se tornasse a equipe mais competitiva da era moderna da
NFL. Desde 2001 (15 temporadas), são 13 aparições nos playoffs, 10 finais de
Conferência, 6 disputas de Super Bowl, sendo 4 títulos conquistados. Tal
competitividade traz efeitos secundários benéficos. Um deles é que jogadores
experientes, que já acumularam rendimentos na carreira, optam por jogar em New
England para tentar “conquistar um anel”. Por exemplo, o CB Darrelle Revis e
atualmente o DE Chris Long.
Tendo
isso exposto, falo agora de Jamie Collins. Draftado em 2012 na 2ª rodada,
assinou um contrato de 4 anos e U$3. 761.000. No meu ver, Collins é um LB “top
10” da liga. Muitos dizem “top 5”, mas isso é outra discussão. O fato é que ele
será “free agent” em 2017, ou seja, poderá barganhar no mercado um contrato
condizente ao grande jogador que é. E é fato que os Patriots não terão espaço
no “cap” para renovar com todos os seus “free agents” em 2017 (Dont`a
Hightower, Logan Ryan, Jabaal Sheard, Duron Harmon, Martellus Bennett, dentre
outros). Malcolm Butler será RFA (restricted free agent).
Depois
da notícia da trade com os Browns começaram a “pipocar” posts no twitter e esse
pra mim foi o mais significativo:
Mike Loyko
“Per my Collins source: Collins
turned down 11 million per year and recently got into a heated argument with
Patricia recently”
Tradução:
“Minhas fontes sobre
Collins: Collins declinou uma oferta de 11 milhões por ano e recentemente teve
uma acalorada discussão com Matt Patricia.”
Se
for verdade, significa que as negociações vinham sendo feitas e as partes
chegaram a um impasse. Alguns chegaram a dizer que Collins queria um contrato
nos termos do LB Von Miller (média anual de 19 milhões de dólares). Só pra ter
um parâmetro, o LB Luke Kuechly (na minha visão, melhor que Collins) ganha uma
média de U$12.360.00. E aí, voltamos ao que foi dissertado no início desta
argumentação. Belichik não dá “overpaid” à NINGUÉM.
Os
termos oficiais da troca ainda não foram divulgados, mas se fala em uma “3rd
conditional pick” (escolha condicional de 3ª rodada). Essa condição seria: se
Alex Mack, Center do Atlanta Falcons e ex-jogador de Cleveland, jogar 80% dos
jogos na temporada, os Browns receberão uma pick de 3ª rodada em 2017 e esta
será repassada à New England.
Parece
pouco por Jamie Collins? Sim, eu acho. Mas temos que ponderar que perderíamos
ele ano que vem de qualquer forma. Alguns dizem que perdendo ele na “free
agency” de 2017 iríamos ganhar uma escolha de 3ª rodada compensatória do mesmo
jeito. Sim, mas essa escolha seria só em 2018.
Sobre
outros reports que dizem que Collins poderia estar fazendo “corpo mole” ou
criando problemas junto ao “coach staff” não vou debater, pois os problemas
internos do time de Belichick nunca vazam e não há como analisar. Essa
movimentação lembra muito à de Dominique Easley quando, aparentemente, as reais
razões da dispensa foram enterradas. Não custa lembrar que em 2010 Belichick
não hesitou em cortar o LB Adalius Thomas por problemas de vestiário. Não estou
afirmando que é o caso de Jamie Collins, apenas demonstrando que o nosso “head
coach” não hesita em fazer tais “cortes” e “ajustes”.
Não
penso que Jamie Collins seja mercenário como alguns apontam. Ele é um ótimo
linebacker e deve buscar o melhor pra sua carreira. Se os 11 milhões e jogar
num time competitivo já bastam? Pra mim sim, mas acho que ele vai ganhar mais
que isso num outro time. E se é isso que ele pretende, quem somos nós para
julgar?
Escrito
por Marcos Kimura (@kikokimura no twitter),
Redator
e colunista do BostonSportsBrasil sobre o New England Patriots.
Obrigado pelo ótimo post!
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